quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Agora.
Pensei.
E.
Quero.
Que.
Todos.
Pensem.
Que.
Podem.
Mudar
O.
Mundo.
Porque.
Podem.
Só.
Bastam.
Acreditar.

PENSAMENTOS. LOUCOS. E. MALUCOS




Hoje é dia da Consciência Negra!

E para um dia tão especial como esse nada melhor do que um belo poema. O recitei na aula de hoje ( pagando o maior mico kkk...) e ouve algumas risadinhas mais nada que me atrapalhasse. Então vamos lá?

Serra da Barriga
(Jorge de Lima)

Serra da Barriga!
Barriga de negra-mina!
As outras montanhas se cobrem de neve,
de noiva, de nuvem, de verde!
E tu, de Loanda, de panos-da-costa,
de argolas, de contas, de quilombos!

Serra da Barriga!
Te vejo da casa em que nasci.
Que medo danado de negro fujão!

Serra da Barriga, buchuda, redonda,
de jeito de mama, de anca, de ventre de negra!
Munda? te lambeu! Munda? te lambeu!
Cadê teus bumbuns, teus sambas, teus jongos?
Serra da Barriga,
Serra da Barriga, as tuas noites de mandinga,
cheirando a maconha, cheirando a liamba?
Os teus meio-dias: tibum nos peraus!
Tibum nas lagoas!

Pixains que saem secos, cobrindo
sovacos de sucupira,
barrigas de baraãna!
Munda? te lambeu! Munda? te lambeu!
De noite: tantãs, curros-curros
e bumbas, batuques e baques!
E bumbas!
E cucas: ô ô!
E bantos: ê ê
Aqui n?o h? cangas, nem troncos, nem banzos!
Aqui é Zumbi!
Barriga da áfrica! Serra da minha terra!
Te vejo bulindo, mexendo, gozando Zumbi!
Depois, minha serra, tu desabando, caindo,
levando nos braços Zumbi!

Juro que não tenho ideia do porque este poema me conquistou tanto. Jorge de lima tem uma forma linda de escrever. Conheço só um pouco de suas obras mas as poucas que conheço são incríveis! tem uma especial que é tão comovente que não tem  como não coloca. Aqui vai. 

 História
(Jorge de Lima)

Era princesa.
Um libata a adquiriu por um caco de espelho.
Veio encangada para o litoral,
arrastada pelos comboieiros
Peça muito boa: não faltava um dente
e era mais bonita que qualquer inglesa.
No tombadilho o capitão deflorou-a.
Em nagô elevou a voz para Oxalá.
Pôs-se a coçar-se porque ele não ouviu.
Navio negreiro? não; navio tumbeiro.
Depois foi ferrada com uma âncora nas ancas,
depois foi possuída pelos marinheiros,
depois passou pela alfândega,
depois saiu do Valongo,
entrou no amor do feitor,
apaixonou o Sinhô,
enciumou a Sinhá,
apanhou, apanhou, apanhou.
Fugiu para o mato.
Capitão do campo a levou.
Pegou-se com os orixás:
fez bobó de inhame
para Sinhô comer,
fez aluá para ele beber;
fez mandinga para o Sinhô a amar.
A Sinhá mandou arrebentar-lhe os dentes:
Fute, Cafute, Pé-de-pato, Não-sei-que-diga,
avança na branca e me vinga.
Exu escangalha ela, amofina ela,
amuxila ela que eu não tenho defesa de homem,
sou só uma mulher perdida neste mundão.
Neste mundão.
Louvado seja Oxalá.
Para sempre seja louvado...

Lindo né? Acho muito comovente este poema. Ele fala uma historia tão triste e infelizmente verdadeira que ao lê-lo se tem toda essa dimensão do sofrimento que os negros sofreram antes de conseguirem sua tão sonhada liberdade. Temos que ter em mente que brancos não são superiores aos negros. Nunca foram e nunca serão. O dia de hoje 20/11 é um dia a ser celebrado. Parabéns á todos os afrodescendentes pelo seu dia. 

Beijos <3

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Hoje acordei e pensei porque não? Se não agora, quando? e fui lá e fiz. Estava querendo me abri ao mundo há muito tempo. Demorei por falta de algo simples e eficaz:coragem. Mas felizmente eu consegui. Finalmente reuni coragem necessária para realizar meu sonho. Criei meu blog.
Beijos <3